sexta-feira, 18 de julho de 2014


    Alguém em algum lugar do mundo parou o que estava fazendo.   A mulher possuía dois nomes e nem estava pensando nisso, mas o fato é que os gritos também invadiram sua mente. Sabia que estava gritando com si mesma, num recado impróprio.  Pois bem, parou o que estava fazendo. Deixou o corpo descansar sobre a cadeira e remexeu o tronco todo, olhos distantes, boca mortificada pelos gritos do espírito. Olha para o lado. Luzes adentram a janela. São Paulo é bela à noite. Cheia de luzes, movimento, sons, pessoas de todas as etnias e línguas. Caminha até lá e empurra a janela de seu apartamento. Ela corre para o lado e logo o vento fresco da noite adentra o cômodo de luz apagada. Olha para baixo. São poucos andares até o chão. E a queda mataria?   Nuvens cinzentas afagam as estrelas. Lágrimas escorrem dos olhos da artista que ouve vozes. Ela pensa em cometer o suicídio. Não seria a primeira vez que pensou nisso.   E desiste da morte.   Toda uma vida estava pela metade...
(Henrique de Castro)

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